terça-feira, 24 de dezembro de 2013
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
KIZOMBA IA MAM’ETU KAANGO.
KIZOMBA
IA MAM’ETU KAANGO.
NENGUA SIAVANJU, KIWÁ KAANGO! (GRANDE SENHORA DOS VENTOS DA MORTE!)
A
festa aconteceu de forma surpreendente, enigmática e carregada de muitas energias positivas que pareciam brotar do chão e cair do céu contemplando esta incansável luta pelo
resgate da Cultura Tradicional Bantu Angola. Duraram mais de um mês os rituais
de reforço de santificação e sacralização do solo e céu da inzo (casa) Raiz do Benguê
NGola DJanga ia Matamba para que Mam’etu Kaango chegasse na sua casa, em seu verdadeiro
estilo Bantu Angolano, sob Nduílo (céu)
e sobre Iungo (terra) cuidadosamente preparados com as mesmas características da
terra mãe, Angola.
PAMBUNJILA, ALUVÁ/ALUVAIÁ ( divindade responsável pela formação do corpo humano ). |
KILULU, guardião do caminho da inzo de PAMBUNLILA |
TSHIZORI guardiões da inzo de PAMBUNLIJA. |
TATA MANE OU MENE que recebe o nome específico de ZAKAÊ PANZO, por ser o guardião da inzo de Tateto ABANANGANGA ( Ntembu), visto ao fundo. |
TATA MANE IA MAM'ETU kAANGO |
NGANGA ALUVÁ, PAMBUNJILA (Divindade rresponsável pela formação do corpo). |
Antes, porém, faz-se necessária uma breve explanação sobre a
origem do uso da Mukange (máscara) como principal adorno de identificação dos
Akisi/Minkisi (plural de Mukisi/Nkisi, Angola e Kongo respectivamente), nos
rituais destas nações Bantu. Tem aumentado significativamente o número de
tat’etus e mam’etus que estão engrossando as fileiras, na busca deste
tradicionalismo que embora tenha atravessado o oceano atlântico, foi sufocado
como tantos outros rituais bantu pelo catolicismo e, que para resistir até
hoje, foi obrigado a aceitar os módulos de origem jeje/nagô para aqui
representar seus akisi/minkisi, porque no ritual Bantu eles, através da Mukange
(máscara) tomam a aparência de espírito,
espectro ou sombra, duplo anímico, que
recebe o nome qualitativo de TSHIZORI ( espírito), responsável pela condução da
centelha divina, a forma de vida encarnada que permite a formação, o
nascimento, crescimento e desenvolvimento dos seres.
MAM'ETU KAANGO SENHORA DOS VENTOS E DA MORTE, USANDO MAKANGUÈ (MÁSCARA) ENTRA NA SALA AO SOM DO RÍTIMO KABULA! |
MAM'ETU KAANGO COM SUA SARDELA (vara de amoreira com o cabo castroado em palha da costa) |
MAM'ETU KAANGO ACESSORADA POR SUA MAKOTA DANDAMÊ. |
MAM'ETU KAANGO CONDUZ OS MORTOS PARA A SENZALA KASAMBE IA NZAMBI! |
MAM'ETU KAANGO AJOELHADA COMO ESTRATÉGIA DE GUERRA |
MAM'ETU KAANGO EMPUNHANDO SEU SABRE DE COBRE SIMBOLIZANDO A DEFESA DE SEUS FILHOS NA GUERRA. |
Observemos a pergunta inteligentíssima doTata Katuvanjesi de Itapecirica da Serra em SP aos angoleiros do Brasil, com a qual, concordo em gênero, número e grau. ___" O que é melhor compreensivo e adequado, paramentar
o Orixá com um Adê (Coroa) utilizando para tal os apetrechos literalmente e
visceralmente já caracterizando a tradição Yorubá-nagô, apelidando essas
divindades de Nkisi ou paramentar o Nkisi com a sua indumentária e insígnia que
pode ser Mukangê (Mascara), lança etc.? Até quando vamos continuar alimentando
mentiras vergonhosas e apresentando desculpas deslavadas e insanáveis, orixalizando
e nagotizando os Minkisi…? " Tata Katuvanjesi em seu texto publicado em seu blog.
REFERÊNCIAS:
RAMOS, Arthur. “O Negro Brasileiro”, 1ª. Ed.
RJ, Biblioteca de Divulgação, setembro de 1934.
RODRIGUES,
Nina. “Os Africanos no Brasil”, 4ª. Ed.
São Paulo: Cia Editora Nacional - 1976.
SCISÍNEO,
Alaôr, Eduardo. “Dicionário da Escravidão”, 1ª.ªEd. RJ, Léo Christiano Editorial LTDA -
1997.
RIBAS,Oscar, Ilundo - 1958.
QUINTÃO,
Luís, José, Gramática do Kimbundu, Escola
Superior Colonial - 1934.
TAVARES,
Lourenço, José, Gramática da Língua do
Congo (Kikongo), missionário - 1934.
MAIA, Da
Silva, Antonio, Padre, Dicionário
Complementar Português – Kimbundu – Kikongo, Luanda – Angola - 1961.
NASCIMENTO,
Pereira do, J, Dicionário Português –
Kimbundu, Médico da Armada Real, explorador e naturalista - 1903.
SILVA,Alberto
da Costa e. A manilha e o libambo. A
Áfricae a escravidão de 1500 a 1700. Rio de Janeiro, Nova Fronteira/ 2002. P.
235.
COTRIM,Gilberto, Saber e fazer História.ed.Saraiva. são
Paulo:2008.
ANGELO, Alfredo.Professor,
pesquisador UERJ. 1997. E.mail: katende@oi.com.br
CARNEIRO,
Edson “Candomblés da Bahia”, Ed. De Ouro – 1948.
JOHN M. Janzen, Ngoma: Discourses of Healing in Central
and Southern Africa,
University of California Press, Berkeley and Los Angeles, 1992
JAMES L. Newman, The
Peopling of Africa: A Geographic Interpretation, Yale University Press, New Haven, 1995
SILVA,
Jeusamir Alves da Silva ( Tata Ananguê), “
Angola Nação Mãe – O Resgate do Candomblé Tradicional Bantu – Angola”,
Ministério da Cultura – Fundação Biblioteca Nacional – pp: 06 – 226;
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
III CONAPIR
III CONAPIR
Brasília e o mundo viveram por três dias, momentos de magia, êxtase, euforia e ufanismo,
ao reunir os povos tradicionais: Bantus, Gêje ou Fons, Nagôs ou Yorubás,
Ciganos e Índios formadores do nosso Brasil. A gama de energias positivas
afloravam a pele de cada uma dessas etnias, garantiam a certeza dos valores
humanos, bem como, a incansável busca pelos seus ideais.
ACNCACTBB/CRBNDM
e as casas afiliadas tendo como
representante o Tata Ananguê, convidado da Ministra Luzia Barrios da SEPPIR,
teve participação com direito a intervenção e voz, ocasião em que colocou
mediante documento apresentado a mesa, os avanços conquistados pelo povo Bantu,
bem como suas reivindicações abrangentes a todos os tradicionais de matriz
africana, bem como aos índios e ciganos.
O destaque maior fica para nossa Presidenta Dilma Roussef,
não só pelo cargo máximo que exerce, mas também, pelo carisma como pessoa e a
emoção que deixou transparecer, nos
vários momentos de sua fala quando anunciava as boas novas para os povos
tradicionais das diversas origens, que culminou com a sua quebra do protocolo,
ao lançar-se no meio daquela multidão repleta de cores acercando-se dos líderes
e liderados diversos, comemorando juntos,
mais esse avanço na luta pela DEMOCRACIA
E DESENVOLVIMENTO SEM RACISMO POR UM BRASIL AFIRMATIVO, demonstrando mais
uma vez que foi eleita para ser presidenta de todos. Foi um grande momento,
digno de ser registrado na história. Além da beleza plástica daquele episódio transformado
em aquarela emoldurada pelo dourado que emana de toda e qualquer pele
brasileira, transformou-se em um quadro digno de fazer inveja a Debret,
Portinari, ou a um Di Cavalcanti. Vejam as fotos.
Plenária III CONAPIR (Gison Negão e Tata Ananguê). |
Tata Katuwanjeci ao lado de Tata Ananguê e amigas. |
![]() |
Presidenta Dilma e Tata Ananguê |
![]() | |
Presidenta do Brasil Senhora Dilma Rousseff com tata Ananguê. |
Mesa com a Presença da Exma. Ministra da SEPPIR Luiza Bairros. |
Tia Rosa (representante da baixada fluminense) e Tata Ananguê no segundo dia da CONAPIR em Brasília. |
Presidenta Dilma e Ministra Luiza ladeada pelas autoridades representativas de diversos setores |
Makota e Tatas de Angola |
Tata Ananguê diretora Márcie e Ekedji do Ijexá. |
Esta é a nossa satisfação para o nosso povo que pensa coletivamente.
quinta-feira, 18 de julho de 2013
CUMEEIRA E CHÃO PRA OS POVOS ANGOLA/CONGO. (NDUÍLO ANGA IUNGO KUALA E BANTU NGOLA KONGO).
CUMEEIRA E CHÃO PRA
OS POVOS ANGOLA/CONGO.
(NDUÍLO ANGA IUNGO
KUALA E BANTU NGOLA KONGO).
Grupos étnicos Bantu que consideram o mundo dividido em duas
partes: ANGOLA, KONGO, MOÇAMBIQUE, ZIMBAWE, TANZÂNIA, MADAGASCAR.
a) NDUILO
– (Céu – mundo imaterial onde habitam as divindades). (Cumeeira)
b) IUNGO
– (Terra – mundo físico onde habitam os seres humanos, animais e demais
elementos). (Chão).
Para a grande fração da cultura Bantu
angolana o IUNGO se subdivide em duas partes distintas e importantes:
Primeira – chamada de MBOXI
(Umboxi), que se refere a parte superior do solo onde tocam os pés, onde
habitam os seres humanos e aos elementos dos demais reinos.
Segunda – chamada de IXI, OXI,
OXIUNGO, parte inferior, subterrânea, o subsolo, onde habitam as forças dos
ancestrais e as divindades de transformação chamadas:
NGANZIMBE e NDIAZIMBE tendo
relação direta com a divindade KALUNGANZIMBE.
OBS: KALUNGANZIMBE se alimenta dos corpos em estado de
putrefação. NGANZIMBE se alimenta com o
líquido putrefado dos corpos e
NDIAZIMBE limpa os ossos e os devolve a
superfície, juntamente com o cabelo, elementos que a terra não aceita e formarão o DNA. KALUNGANZIMBE (divindade
relacionada com a transformação dos corpos pela decomposição), não devendo ser
confundida com a divindade chamada KALUNGANGOMBE, ligada ao culto dos mortos,
que recebe e guarda os assentamentos de pessoas dignitárias de um clã, em
especial de sacerdotes e sacerdotisas que durante suas vidas foram dirigentes
responsáveis por um templo/terreiro/NZo/Casa/Kanzuá/Kubata; de modo que no
quintal dos terreiros, na área externa é construído um compartimento apropriado
para tal fato.
No IXI, OXI ou OXIUNGO (subsolo)
localizado no centro do JAMBERESSU
(salão, ou barracão propriamente dito) da casa/ terreiro/templo/roça de
candomblé, deve ser plantado o que chamamos popularmente de “chão da casa”,
formando o NLAMBURU, dirigido e
governado por KALUMGANZIMBE referendado
como responsável pela transformação dos corpos que são enterrados juntos com
elementos minerais preciosos ou não, vegetais e alimentos terrenos além de
registros do dia para testemunhar a existência do Kanzuá ( casa), quando
de um provável fenômeno sísmico na
posteridade.
ANGOMI DUÍLO – Camadas superiores
energéticas que abrigam dentro da nossa cultura as divindades chamadas “PANGU
BAKURU”, da construção do universo. Logo abaixo, 4 camadas inferiores, onde
habitam as forças elementares e ancestrais, sendo estas quatro camadas chamadas
de NDIMBÁ que se comunicam com os seres vivos e uma intermediária cujo nome é
NDIALAMBA, responsável pela encarnação do ser humano, na terra e do seu próprio
UENDELU UA MUTU, destino a ser cumprido e que pode ser comparado ao termo
isotérico chamado de Carma, ou até mesmo
entendido como caminho espiritual a ser percorrido durante sua estadia de vida.
DIVINDADES CONSTRUTORAS.
NZANBI AMPUNGU ou AMPONGO, NDALA
KARITANGA, NZAMBI SAKATANA, NKURU –a
LUNGA, TATA KULÉ, SUKÚ, NYAMAKARE, NZAMBI MOXI, MURUNGU, MPEMBE, DEDZÁ,
KIK WEMBU, XIBISI.
DIVINDADES MANTENEDORAS
ALUVÁ, JAKATAMBA, TATA KALUNGA,
GANGAIOBANDA, NLEBARANGANGA, NLEMBA KITANGO, NGANGA MALEMBA.
DIVINDADES TRANSFORMADORAS ( Ligação direta com os seres humanos).
NSUMBO, NBURUNGUNZU,
TATARUNGUNZU, NZAMBARINI, ZUMBARANDÁ, KILAMBA KIAXI, TATA MBIOKÁ, NZAMBI
KAMENEMENE, NLEMBA KAJÁ PRIKU.
DIVINDADES DEGRADADORAS
KALUNGANZIMBI, NDIAZIMBI,
NGANZIMBE, KALUGANGOMBE, KUINGANGA (aquela que recebe os corpos e os purifica),
TATA KISSANGA RIA KALUNJE NGOMBE, NTOTO.
ATENÇÃO! Cuidados a serem tomados.
Segundo a crença religiosa do povo
Bantu, principalmente dos Lundas Kioko, só Kimbanda (autoridade espiritual e
material da tribo) deverá preparar o NLAMBURU (chão das casas de candomblé
Bantu), já que as tribos de origem Bantu são patriarcais (comandadas pelos
Tatas Kimbandas) enquanto as de origem Gêje/Nagô são matriarcais. Aquele ou aquela que violar ou contribuir
direta ou indiretamente para a exumação antecipada de um Nlamburu,
interrompendo assim o processo de ação das Divindades Degradadoras
(KALUNGANZIMBI, NGANZIMBI E NDIAZIMBI) de devolver à superfície o que a terra
não aceita, ossos e cabelos, pelos ou penas,( IFUBA, NDEMBA, UTONGO ni TUKU),
no mínimo de nove anos, estará exposto as sanções dessas Divindades , cujo
UFULAME (destino)será deteriorar-se em vida e quando cessar a MPILA KIAVALELA,
(essência da vida) e a alma ( MUENHU ou MWONU), se evolar , terão seus corpos
(Mi-KUTU) rejeitados pela terra, ficando, então, expostos na superfície. Fato
esse que atingirá até a nona geração dos infratores, pessoas indesejáveis nas
casas de santo, cujo UFULAME é sempre o de semear a discórdia e nunca poder se
fixar em lugar algum, vulgarmente conhecidos na roda do candomblé como “
quebradores de podre”. Então, ainda como consequência de tal atitude, o
espírito (KILULU) dessas pessoas que por qualquer motivo ousaram ou permitiram
profanar o reino dessas três Divindades subterrâneas, ao se desprender do corpo
morto ficarão vagando eternamente sobre o solo (MBOXI), sem encontrar o caminho
de volta para a SANZALA KASSEMBE NDIÁ NZAMBI (Aldeia Encantada de Deus),
podendo, um dia, serem chamados para prestar contas e sumariamente condenados a
voltarem ao IUNGO (Terra), encarnados ca um,
na forma de um porco que estará sempre fuçando a terra, em busca do que
nunca irá encontrar, ou seja, o
alimento, a felicidade plena, a
união, o descanso eterno, a paz.
Moral da História:
“QUEM PROCURA O QUE NÃO GUARDA,
QUANDO ACHA NÃO CONHECE!”
Ou “QUEM EM MUITAS PEDRAS BOLE,
UMA LHE CAI NA CABEÇA!”.
REFERÊNCIAS:
RAMOS, Arthur. “O Negro Brasileiro”, 1ª. Ed.
RJ, Biblioteca de Divulgação, setembro de 1934.
RODRIGUES,
Nina. “Os Africanos no Brasil”, 4ª. Ed.
São Paulo: Cia Editora Nacional - 1976.
SCISÍNEO,
Alaôr, Eduardo. “Dicionário da Escravidão”, 1ª.ªEd. RJ, Léo Christiano Editorial LTDA -
1997.
RIBAS,Oscar, Ilundo - 1958.
QUINTÃO,
Luís, José, Gramática do Kimbundu, Escola
Superior Colonial - 1934.
TAVARES,
Lourenço, José, Gramática da Língua do
Congo (Kikongo), missionário - 1934.
MAIA, Da
Silva, Antonio, Padre, Dicionário
Complementar Português – Kimbundu – Kikongo, Luanda – Angola - 1961.
NASCIMENTO,
Pereira do, J, Dicionário Português –
Kimbundu, Médico da Armada Real, explorador e naturalista - 1903.
SILVA,Alberto
da Costa e. A manilha e o libambo. A
Áfricae a escravidão de 1500 a 1700. Rio de Janeiro, Nova Fronteira/ 2002. P.
235.
COTRIM,Gilberto, Saber e fazer História.ed.Saraiva. são
Paulo:2008.
ANGELO, Alfredo.Professor,
pesquisador UERJ. 1997. E.mail: katende@oi.com.br
CARNEIRO,
Edson “Candomblés da Bahia”, Ed. De Ouro – 1948.
JOHN M. Janzen, Ngoma: Discourses of Healing in Central
and Southern Africa,
University of California Press, Berkeley and Los Angeles, 1992
JAMES L. Newman, The
Peopling of Africa: A Geographic Interpretation, Yale University Press, New Haven, 1995
SILVA,
Jeusamir Alves da Silva ( Tata Ananguê), “
Angola Nação Mãe – O Resgate do Candomblé Tradicional Bantu – Angola”,
Ministério da Cultura – Fundação Biblioteca Nacional – pp: 06 – 226;
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