ENXOFRE
OS MINERAIS METÁLICOS E NÃO
METÁLICOS DO SUBSOLO ANGOLANO
Segundo uma série de
pesquisadores, obviamente, relacionados na bibliografia de referência que
conclui este trabalho, o subsolo de
Angola é composto pelos seguintes minerais metálicos e não metálicos:
Petróleo, diamantes, gás natural,
tem reservas de ferro de mais de um bilião de toneladas (Província do Huíla),
tem ainda, as reservas de fosfato e potássio, e minerais valiosos como ouro,
bauxite, cobre, crómio, zinco, urânio, nas diversas províncias. E este
riquíssimo solo de África tem ainda mármores, granito, asfalto, calcário,
caulino, ENXOFRE, gesso, entre outros. O ENXOFRE, associado a
gesso, encontra-se em rochas sedimentares, na região costeira, a norte de Cabo
Ledo, e a Norte de Dombe Grande, cerca de 60 quilómetros a Sudoeste de
Benguela.
Segundo nossos “mais velhos” o ato de “dar
comida ao chão”, ou seja, preparar o terreno onde será erguido um terreiro de
candomblé Bantu Angola, colocando além de tantas outras coisas, minerais
metálicos e não metálicos nos ndimbu ia mavu,(recipientes de barro), se prende
a necessidade de santificar, sacralizar, energizar o subsolo nos mesmos moldes
do subsolo angolano para que os Akisi (plural de mukisi) sejam presentes tanto
quanto como são em seu habitat de origem, melhor dizendo, em Angola.
Entretanto, o alvo escolhido desta vez, como um dos inúmeros erros ora
atribuídos pelos “sabidos” e “sabidas” do candomblé de Angola, como por
exemplo o uso de MUKANGES (máscaras), foi o velho e amarelo ENXOFRE encontrado junto
com outros minerais nos ndimbu ia mavu enterrados no subsolo de uma casa
inaugurada recentemente, com direito até a plateia para chorar e desmaiar, com
o intuito de espalhar o ódio entre os presentes totalmente leigos contra o já
não mais pai e ou avô de santo idolatrado por vinte anos e em menos de um mês passou a não prestar mais, durante o ato de violação às divindades do
subsolo: Nzimbi, Nganzimbi e Ndiazimbi, comandadas por Kalunganzimbi. Será que
essa turma de sabidos pelo menos desconfiam que ENXOFRE é um mineral , e que
abunda no subsolo angolano? Ou será que atribuem o referido mineral não
metálico às artes maléficas do demônio, segundo as colocações da igreja
católica, a partir da Idade Media, que retrata a aparição ou retirada do mesmo
através de estarrecedora explosão deixando no ar o forte odor de ENXOFRE. Mesmo
assim, prefiro acreditar que tratam-se de KILULU UAÍBA, espíritos malígnos, ou que seja mesmo falta de conhecimento associada a
maldade, falta de respeito a si próprio e porque não dizer inveja e vingança.
Digo isso, porque poucos são aqueles que desconhecem a venda nas farmácias da
antiga pomada de enxofre como cura medicinal, receitada pelos médicos e
veterinários para úlceras crônicas que afetam os seres humanos e não humanos
principalmente nos órgãos externos. Também é muito comum nas casas
que tem poço colocar uma pedra de enxofre no fundo do mesmo para eliminar
micróbios. Moral da história, conclui-se: já que o enxofre é considerado por esses angoleiros “donos da verdade”
como um grande vilão, com toda a certeza,
estes desconhecem ou nunca tomaram o famoso e litúrgico “BANHO DE KARU” em cuja
receita leva o tão “famigerado” ENXOFRE em pó, evitado apenas para as pessoas que
sofrem de asma ou bronquite crônica.
Fica, então o provérbio: QUEM EM MUITAS PEDRAS BOLE, UMA LHE
CAI NA CABEÇA!
BIBLIOGRAFIA
4.1-
Publicações diversas
.
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