MARIDO E MULHER FEITOS PELA MESMA
MÃO E/OU NA MESMA CASA!!!!!
SÉRIE DE VALORES DO CANDOMBLÉ DE ANGOLA QUE NECESSITAM SER REVISTOS.
Com base nos artigos: 14, 15 e 34
do Código de Ética dos Angoleiros, criado pela plenária do I SNAB (primeiro seminário Nacional dos
Angoleiros do Brasil)março/2010, trazemos a tona, para a problematização e
discussão, algumas diretrizes que necessitam ser tomadas para o crescimento e
evolução do Candomblé de Angola Iniciamos essa série de valores a serem
revistos por um assunto bastante polêmico nas casas de santo. Segundo alguns
mais velhos, a não feitura e por
conseguinte confirmação de marido e mulher (a base de formação de uma família),
pela mesma mão e/ou na mesma casa. Sabendo-se que uma das funções do Inkice
e de qualquer dirigente de qualquer religião
é unir e manter unida uma família, já
detectamos aí, uma controvérsia nesse sentido. Ao iniciarmos só um
elemento do casal, involuntariamente, estamos contribuindo para um provável apartamento
de uma união, já que aquele que não foi feito, terá que procurar outra casa
para se cuidar. Com isso, com poucas exceções, dadas as diferenças
ritualísticas e doutrinas impostas, comuns em cada de santo, começam a surgir
às incompatibilidades que iniciam nos terreiros e terminam nos lares. Isso
porque obviamente, cada um irá seguir a orientação do seu Tata ou Mama de
Inkice que pela lógica só terá controle espiritual sobre aquele que tem a sua
mão, culminando na maioria das vezes com a dispersão da família ou abandono da
religião. Se pararmos um pouco para observar e refletir, iremos perceber que
nas religiões de matriz europeia, asiática e outras, o líder de uma paróquia ou
congregação prega e une as famílias pelo matrimônio e pela fé, onde marido ,
mulher e filhos tem o mesmo padre, o mesmo pastor, o mesmo patriarca ou
matriarca. Também em outras culturas de matriz africana vamos encontrar os Tata
Kimbanda, Tatas Kussaka e Pajés, como únicos líderes religiosos para toda uma
tribo ou aldeia. Aqui no Brasil temos a Umbanda como um brilhante exemplo, onde
marido e mulher são filhos de santo do mesmo dirigente e pertencem ao mesmo
terreiro. Mas, alguém poderá dizer: Ah! Eu já faço na minha casa há muito tempo,
ou conheço muita gente que faz o santo de
marido e mulher. Faz, sim, mas de forma velada, dando o tal jeitinho, tudo isso
por falta de respaldo da sociedade e com receio das críticas negativas e
dispersadoras de seguidores de uma casa. Precisamos assumir este posicionamento
de arrebanhar toda uma família que seja colocada em nossas mãos, abertamente,
já que somos formadores de opinião. Com isso teremos família unida rezando
unida, caminhando assim, para maior visibilidade e crescimento, credibilidade, força e respeito em prol da religião. Dirijo-me ao povo Bantu-Angola, não tenho
poderes para falar ou representar outras nações de matriz africana. Mas fica
aqui o assunto em pauta como sugestão aos nossos irmãos de fé já que a união se
faz necessária para a nossa vitória contra a intolerância religiosa e outras reinvindicações. Dê a sua opinião, através de e-mail, acompanhe o nosso blog, copiem e discutam o
assunto nas redes sociais de comunicação
é preciso ouvir o nosso povo , novo e antigo. Precisamos nos fortalecer
para lutarmos juntos.
MALEABILIDADE E ESTRATÉGIA SÃO CAMINHOS CERTOS
PARA A VITÓRIA!!!!!!!!
TATA KIMBANDA KIA DIHAMBA ANANGUÊ
DE NGOLA DJANGA
PRESIDENTE DA CNCACTBB E CRBNDM.